Ao abordarmos esta questão
deveríamos separar a dimensão do “fazer” da do “ser”. Professor é um “fazer”, não
um “ser”. É o que fazemos na atividade profissional e não quem somos.
Esta distinção é importante quando
reconhecemos na relação pedagógica um fator decisivo na obtenção de
aprendizagens significativas por parte dos alunos. Qualquer
relação interpessoal dificilmente será significativa para ambas as partes se
basear-se apenas nos papéis que cada um desempenha. Numa relação baseada no
“fazer” o adulto é inquestionavelmente superior à criança e fará sentir
isso à criança, ainda que inconscientemente.
Essa dimensão, do “fazer”, é necessária
e deve ser dignificada, no entanto é apenas a dimensão humana visível, a
dimensão da forma. Já na dimensão do “ser” não existem seres superiores ou
inferiores.
A necessidade de amor, que todas as crianças apresentam, é a
necessidade de se sentir reconhecido ao nível do “ser” não ao nível da forma.
Se o adulto apenas dignificar a dimensão humana negligenciando o “ser”, a
criança sentirá que a relação não é plena, falta-lhe algo absolutamente vital.
Uma relação pedagógica de qualidade necessita de
integrar a dimensão do “ser”. Na sua atividade, enquanto professor, ao
olhar, ouvir, ou ajudar as crianças, é necessário que o adulto esteja alerta,
tranquilo, completamente presente, sem almejar nada para além desse momento,
tal como ele é. Assim estará a criar espaço para o “ser”, e o seu desempenho
será de qualidade pois as suas ações estarão em total sintonia com as
necessidades do momento.
[texto inspirado na obra "Um Novo Mundo" de Eckhart Tolle]
[texto inspirado na obra "Um Novo Mundo" de Eckhart Tolle]
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