Estava uma velha a
descansar
quando apareceu uma
mosca a chatear.
A velha sacudia,
sacudia,
mas a mosca não fugia.
Pôs-se a velha a pensar:
Quem me poderá ajudar?
Já sei! Vou à minha vaca perguntar.
Ainda à vaca não chegou,
quando um sapo no
caminho se atravessou.
Fora daqui! Bicho nojento!
E a velha o enxotou.
Como te livras das
moscas?
A velha à vaca
perguntou.
Abano muito a minha
cauda
e para não apanhar com
ela as moscas afastam-se.
Mas eu não tenho cauda…
A velha se lamentou.
Então não te posso
ajudar…
Queria a velha descansar
e a mosca a chatear.
A velha sacudia,
sacudia,
mas a mosca não fugia.
Pôs-se a velha a pensar:
Quem me poderá ajudar?
Já sei! Vou ao meu gato perguntar.
Ainda ao gato não
chegou,
quando um sapo no
caminho se atravessou.
Fora daqui! Bicho
nojento!
E a velha o enxotou.
Como te livras das
moscas?
A velha ao gato
perguntou.
Sou muito rápido a caçar
e para não serem
apanhadas as moscas afastam-se.
Mas eu não sou rápida…
Pôs-se a velha a
lamentar.
Então não te posso
ajudar…
Queria a velha descansar
e a mosca a chatear.
A velha sacudia,
sacudia,
mas a mosca não fugia.
Pôs-se a velha a pensar:
Quem me poderá ajudar?
Já sei! Vou à minha galinha perguntar.
Ainda à galinha não
chegou,
quando um sapo no
caminho se atravessou.
Fora daqui! Bicho
nojento!
E a velha o enxotou.
Como te livras das
moscas?
A velha à galinha
perguntou.
Agito muito as minhas
asas
e com o vento as moscas
afastam-se.
Mas eu não tenho asas…
Pôs-se a velha a
lamentar.
Então não te posso
ajudar…
Queria a velha descansar
e a mosca a chatear.
A velha sacudia,
sacudia,
mas a mosca não fugia.
Pôs-se a velha a pensar:
Quem me poderá ajudar?
Já sei! Vou ao meu cão perguntar.
Ainda ao cão não chegou,
quando um sapo no
caminho se atravessou.
Fora daqui! Bicho
nojento!
E a velha o enxotou.
Como te livras das
moscas?
A velha ao cão
perguntou.
Ladro e rosno muito alto
e com o barulho as
moscas afastam-se.
Mas eu não falo alto…
Pôs-se a velha a
lamentar.
Então não te posso
ajudar…
Queria a velha descansar
e a mosca a chatear.
A velha sacudia,
sacudia,
mas a mosca não fugia.
Pôs-se a velha a pensar:
Quem me poderá ajudar?
Já sei! Vou ao meu porco perguntar.
Ainda ao porco não
chegou,
quando um sapo no
caminho se atravessou.
Raio do bicho!
A velha se irritou.
Que fazes sempre atrás
de mim?
Mas eu, atrás de ti, não
estou!
O sapo retorquiu.
E zás! Com força a sua
língua da boca saiu.
E páz! Em cheio a mosca
apanhou.
E comendo a mosca se
afastou.
Pôs-se a velha a pensar:
Porque não me havia eu
de lembrar
que o sapo me poderia
ajudar!?