terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ser professor


Ao abordarmos esta questão deveríamos separar a dimensão do “fazer” da do “ser”. Professor é um “fazer”, não um “ser”. É o que fazemos na atividade profissional e não quem somos.

Esta distinção é importante quando reconhecemos na relação pedagógica um fator decisivo na obtenção de aprendizagens significativas por parte dos alunos. Qualquer relação interpessoal dificilmente será significativa para ambas as partes se basear-se apenas nos papéis que cada um desempenha. Numa relação baseada no “fazer” o adulto é inquestionavelmente superior à criança e fará sentir isso à criança, ainda que inconscientemente.

Essa dimensão, do “fazer”, é necessária e deve ser dignificada, no entanto é apenas a dimensão humana visível, a dimensão da forma. Já na dimensão do “ser” não existem seres superiores ou inferiores.

A necessidade de amor, que todas as crianças apresentam, é a necessidade de se sentir reconhecido ao nível do “ser” não ao nível da forma. Se o adulto apenas dignificar a dimensão humana negligenciando o “ser”, a criança sentirá que a relação não é plena, falta-lhe algo absolutamente vital.

Uma relação pedagógica de qualidade necessita de integrar a dimensão do “ser”. Na sua atividade, enquanto professor, ao olhar, ouvir, ou ajudar as crianças, é necessário que o adulto esteja alerta, tranquilo, completamente presente, sem almejar nada para além desse momento, tal como ele é. Assim estará a criar espaço para o “ser”, e o seu desempenho será de qualidade pois as suas ações estarão em total sintonia com as necessidades do momento.

[texto inspirado na obra "Um Novo Mundo" de Eckhart Tolle]

sábado, 24 de setembro de 2011

Sou

Sei quem não sou.
Não sou quem posso pensar que sou,
sou aquele que pode pensar em quem sou.

sábado, 7 de maio de 2011

Contrários

contrários o são
apenas porque dizemos que o são

assim, medos sem ou com medos cem, tanto faz,
mas andemos...
de outro lado para o um
de volta para o começo,
amando os outros aos uns
como os peixes que sabem a mar...

é uma questão de provar
sem auto-consumo