segunda-feira, 30 de agosto de 1993

Na repartição

de papel na mão,
chegou ao balcão
da repartição
a funcionária,
autoritária,
disse-lhe para esperar
e pôs-se a conversar
com a colega do lado
ele esperou um bocado
mas sem resultado
então, com uma careta,
meteu a mão na jaqueta
e retirou, afoito,
a arma preta,
calibre 38
a funcionária seguinte,
amável,
atendeu-o com requinte,
e quando ele pediu rapidez
ela assim fez,
enquanto a mulher da limpeza
esfregava com destreza
o chão molhado
de sangue empastado
de papel na mão,
afastou-se do balcão
da repartição

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